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22 de dezembro de 2011

Por isso que o Brasil não vai para frente


Europa ocidental e Brasil são muito diferentes, e não é só no fato do Brasil ser terceiro mundo. É impressionante a baixa auto estima dos brasileiros. É possível fazer um grande comentário sociológico sobre uma nação lendo comentários no Youtube. Invariavelmente, em vídeos com muitas exibições, alguém vai comentar: "por isso que dizem que brasileiro é um povo inferior" ou "por isso que o Brasil não vai para frente".

Caras amigas tupiniquins, burrice não é um problema brasileiro. A maior parte das pessoas nesse planeta, por definição, é medíocre. Se fores ler os comentários do Youtube americano, ou francês, ou seja lá qual for, vais te deparar com os mesmos tipos de comentários. Pessoas ignorantes abundam nesse planeta, e o pior: elas gostam de comentar. Dizem que a inteligência vem sempre junto com a arrogância. Mentira. Quanto mais sabemos, mais conscientes somos da possibilidade do erro. Não há nada que dê mais segurança a alguém do que não saber nada sobre o assunto.

Mas por que os brasileiros atribuem a ignorância dos comentadores à "inferioridade brasileira" enquanto que os gringos não? Na Europa as distâncias são muito menores que no Brasil. Nas grandes cidades é impossível andar trezentos metros sem ouvir uma língua diferente sendo falada. Todos são conscientes das nações que os cercam e de suas diferenças culturais. No Brasil é possível passar anos sem encontrar um único estrangeiro. Assim, a classe média acredita que, de alguma forma, o problema aqui é nossa formação. De forma alguma. Se tivéssemos mais argentinos e europeus no Brasil, veríamos que são tão ignorantes quanto nosotros.

17 de dezembro de 2011

O declínio da civilização ocidental

Nos dias de hoje, as pessoas se perguntam frequentemente do porquê das coisas serem como elas são. Mas é necessário que as coisas sejam assim? ou é possível que elas sejam diferentes?

Desde os primórdios da civilização ocidental, o homem tenta entender o mundo que o cerca. Porém, a impossibilidade do completo entendimento do funcionamento das engrenagens universais os faz criar explicações super-racionais, que não possuem base na realidade observada, mas sim no subproduto do raciocínio adquirido no processo de acumulação de conhecimento.

Com o passar das eras, essa "super-explicação" acaba se cristalizando, sendo assim aceita como explicação. Enraizada no zeitgeist, toma anos para desvanecer. Se desvanecer.
"Não é aquilo que não sabemos que nos traz problemas, é aquilo que achamos que sabemos, mas está errado." (tradução livre) Mark Twain
Que tipo de problemas uma informação inexata pode trazer para nossa vida? imagina que tu tomas todos os dias o mesmo caminho para o trabalho, demorando trinta minutos até o escritório. Agora, suponhas que existe um caminho que demora apenas quinze minutos e que tu não conheces. Irás seguir toda tua vida pensando que o caminho que tomas é o mais curto, quando não é. Em dez anos isso soma um mês. Agora imagina quantas decisões sub-ótimas tu tomas todos os dias. Possivelmente estás perdendo um ano em cada dez, apenas por falta de informação.

Como separar o joio do trigo? como identificar o que está errado? A impossibilidade do conhecimento total das coisas, não impede que possamos heurística ou holisticamente avaliar a verossimilhança das proposições que formam nosso modelo de realidade.

Existem diversas maneiras de fazer essas avaliações. O processo funciona como um jogo de dominós, depois que a primeira mentira cai por terra, outras revelam-se exponencialmente. Escreverei mais sobre o assunto no futuro, mas pelo momento, eis algumas ações simples que podes tomar para que fiques mais atento ao mundo que te cerca:
  1. Lê mais. Não jornais, mas livros ou blogs. Mesmo que haja muita besteira sendo dita, quanto maior a quantidade de conhecimento que possuas, mais capaz serás de enxergar através das mentiras da mídia e do status quo;
  2. Não leias ou discutas apenas com gente que tem o mesmo ponto de vista que tu. O cérebro humano tende a favorecer informações que condizem com sua visão do mundo (tendência de confirmação);
  3. Sempre avalia as coisas de uma perspectiva externa. Imagina que és um extra terrestre e que chegaste na Terra hoje. Como, sem o devido contexto, avaliarias como as coisas são feitas?
  4. Duvida de quem fala com interesses. A opinião de um político sobre democracia, por exemplo, tem menos valor do que a opinião de um acadêmico. (no entanto, não deve ser descartada)

links interessantes:

12 de dezembro de 2011

Gota d'água ou fim

- Não vou na aula hoje, estou cansada -- ela disse, sem emoção, num tom monotônico.

O mesmo temido pensamento, que passou tantas vezes na sua mente, veio agora fulminante e com mais força do que nunca. Sempre que este pensamento visitava sua consciência, mais que depressa ele lhe espantava. Mas algo naquela frase, que não tinha nenhum significado, lhe fez não parar dessa vez. Foi como se tivesse perdido peso, mal conseguia respirar, quanto menos falar. Mas falou:

-Acabou.

Qual a importância da última gota d'água? os motivos que são tantos, acúmulo de tanta coisa, sem algoz nem vítima, natural, como tudo mais que não faz sentido.

11 de novembro de 2011

Views of God Part II: Why does everyone see God differently


Why is there so many different interpretations of "God"? there quite a few possibilities. Just to enumerate some of the possible explanations:
  1. God has many facets: God is not human, so he does not need to be restrained by a finite brain or a finite number of traits. He could be many things at the same time. This is not tantamount to saying that God changes over time, just that the way He choses to reveal Himself changes.
  2. God is incomprehensible: Being not a part of the world, He got a series of traits that are not comprehensible by the material human brain.
  3. The biblical God is contradictory: By matter of changes in the original texts, or inaccurate accounts of the facts, or ambiguity of the human language, God has a poorly description or a wrong one.
  4. Human knowledge is limited: People try to model reality according to observed behavior in the past. That way we can predict, for example, how a ball would fall from a table or how a rabbit would act if we spill hot water in his cute white tail. For more complex objects, like human beings, we can have strong feelings about how one should act, but our predictions still are going to fail once and again. If we can not model people perfectly, let alone God, Who is, by definition, infinitely more complex.
  5. God does not exist: if God is purely fictional, people imagine God as they will. Because the bible is so full of contradictions, one has to select parts of the bible to create a coherent God image. Because there are infinitely many ways to chose characteristics, there are a large array of interpretations one can give to God.
We may never know which one (or a combination of them) is the right answer, but what we do know is that people's interpretations change. They change from person to person and they change over time. In the next part I am going to discuss how the concept of God changed since the dawn of man.

links:

3 de novembro de 2011

Peripatético


1. O Canto da Folha
É muito fácil acordar todo dia, tomar café com pressa e esquecer da vida. Tudo parece tão sólido, paredes parecem intransponíveis. Quando não são. Cartas fechadas, uniformes. Ilusões tão bem construídas, sem intuito. E as coisas só ficam mais complexas, as regras se multiplicam; e nos afastam daquilo que talvez nem exista.

É fácil sentar numa cadeira e assistir uma palestra, desenhar no canto da folha e esquecer de si mesmo.

2. Pessoas são oportunidades
Se tu achas que alguém é normal, é porque não conheceste esta pessoa direito. Damos valor demais para coisas sem valor, colocamos muita ênfase num futuro incerto. Perdemos oportunidades.

As pessoas tem tanto a oferecer, escolhemos odiar. Hoje em dia, quando alguém fala mal de outrem, desconfio. Através de que olhos de ódio vês o mundo minha querida?

3. Passado Simples
Não existe futuro, nem passado. Existe o agora. O passado corresponde àquilo que tu escolhes te prender.

Dica do dia: ninguém se importa contigo, ninguém se lembra do que fizeste semana passada, na fila do banco, no parque. Ninguém está pensando em ti nesse momento.

2 de novembro de 2011

Homem-ameba

Micro-organismos não possuem um sistema nervoso, suas ações são todas determinadas por processos químicos. Seu comportamento, que não é influenciado por nenhuma forma de consciência, no entanto, para um observador externo, parece demonstrar inteligência. A ameba se move e parece procurar os alimentos e parece escolher qual alimento vai anexar. Mas na verdade só está obedecendo a uma série de regras simples que determinam totalmente suas ações.

O ser humano é só mais um (complexo) sistema biológico. Nossas ações, por mais que pareçam totalmente provindas de um intelecto, são resultados de complexas iterações químicas entre células. Processos químicos determinam completamente nosso comportamento. O pensamento é mais um processo químico, neurônios se relacionam através de hormônios e impulsos elétricos com os tecidos que compõe nossos corpos. A soma de impulsos externos e o estado do nosso corpo determina a próxima ação.

Se, munidos de informação total do estado do mundo (totalmente, com precisão infinita), pudéssemos determinar o novo estado totalmente, então teríamos o Determinismo. Esse pode não ser o caso se existir algum componente aleatório na mistura.

Aleatório ou não, o processo é assaz complicado. A exigência de precisão infinita impede que possamos construir uma máquina que possa prever o futuro. Logo, o processo de tomada de decisões é caótico, ou seja, é um sistema complexo. Isso faz com que, mesmo que não tenhamos liberdade, possamos agir como se tivéssemos. O campo das ações seria uma realidade separada do campo das reações celulares.

Mesmo assim, teríamos o seguinte problema: se todas as nossas ações são determinadas, como poderíamos punir um criminoso (já que, em última instância, ele não teria outra escolha que não a que tomou)? 

Discute nos comentários!

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29 de outubro de 2011

Views of God Part I: Apples and Oranges

Mark Chagall: Backcloth for the Ballet "The Firebird" (1949)


Bob and Alice discuss the tastiest fruit. Bob loves oranges. Alice thinks oranges are horrible. She prefer Apples, she thinks apples are not even to compare with oranges. That is a pretty reasonable argument, but the problem is that Bob is not a great fruit connoisseur, so when he talks about oranges, he is actually thinking about pineapples. In that situation it would be impossible to reach into a consensus. They can argue forever.

The same thing happens when people talk about "god". The concept differs completely for each individual. It can differs to an extent as to make their gods almost opposite things. Even if they agree on some traits, there will always be some differences in each person's view of the superior entity. This is also true among people who share the same religion, or even are part of the same denomination. 

Sacred texts do not generally are consistent or clear about the knowability of God. Christians think that although their god cannot be fully grasped, He can be known at a personal level. The problem is that one can discover that their view of God is in conflict with the church's or their peers' view of the Creator.

People form a different personality for their god according to different experiences and ideas gleaned throughout their lives. People who had good experiences growing up, such as a loving family or good friends, generally believe in a loving God, who rewards good people and who respect the free will of his creations. People who had bigoted or abusing parents would believe a restrict God, who is not tolerant of different points of views, who wants them to enforce their morality on other people.

Sacred texts, by excuse of being poetic or aimed to stimulate more than just reason, are very vague and open to interpretation. This gives the tool necessary for people to create their own god with personalities much similar to theirs. The god in their minds is actually them, with all their prejudices and fears.

This stifles argument, since people are thinking of different things when talking about God. So, in the next part of this series I am going to analyze people's views of God and how they compare to each other and I will find a common ground among all those views.

links:

9 de outubro de 2011

A origem do sofrimento

0. As quatro nobres verdades
Buda, como primeiro ensinamento à seus discípulos, vislumbrou as quatro nobres verdades. Que são, em resumo:
  1. A vida é sofrimento
  2. Todo sofrimento vem do apego
  3. Há uma forma de se livrar do apego
  4. Esse caminho é o nobre caminho óctuplo
Vamos ignorar a quarta, pois é puramente religiosa. Quero que vocês me acompanhem na análise das três primeiras proposições.

1. A vida é sofrimento
Consegues lembrar-te de um só dia em que não sofreste? sofrimento é um dos aspectos que definem a nossa existência. Nossa vida é um grande fluxo de sofrimento pontuado por curtos períodos de felicidade, que são tão momentâneos que deixam dúvida quanto a sua existência.

De um ponto de vista evolutivo, faz sentido que haja mais sofrimento que felicidade. Se a felicidade fosse obtida facilmente e de muitas formas diferentes, os indivíduos teriam pouco incentivo em buscar uma melhora de suas condições. Porém se não existisse nenhuma felicidade, os seres não teriam também nenhum incentivo para viver. Uma vida cheia de sofrimento da qual, com algum esforço, se possa obter essas pequenas pepitas efêmeras de felicidade é prolífera em qualidades que garantem a sobrevivência da espécie.

Milhões de anos de seleção natural geraram o ser humano, a melhor espécie em termos de sofrimento e, não coincidentemente, a campeã na batalha da seleção natural. Somos tão bons em sofrer que sofremos tanto fisicamente, quanto mentalmente. Vê só: somos tão hábeis em sofrer que criamos uma nova categoria de sofrimento.

Todas as grandes conquistas da humanidade podem ser explicadas em termos de tentativas de escapar do sofrimento. O sofrimento de não saber das coisas criou a religião e a ciência. O medo da morte criou a religião e a medicina. Medo também é sofrimento: é sofrimento da perda antecipada.

2. Todo sofrimento vem do apego
A verdade primeira de buda exclui totalmente a felicidade como algo a ser buscado (valor tão impregnado na cultura ocidental). Para ele, a felicidade é a exceção da regra, algo a ser temido. Tudo que a felicidade faz é gerar mais sofrimento. Quando encontramos algo que nos traz felicidade, junto dela vem o medo de perdê-la.

A felicidade é impossível de ser alcançada, seus efeitos colaterais destroem totalmente o seu propósito. É daí que ele obtém a origem do sofrimento: o apego. O desejo incontrolável de manter tudo como está. O medo da perda. A dor física é apego ao corpo, a dor da perda do ente querido vem do apego a esse.

Para Buda, o real alvo a ser buscado é a iluminação e não a felicidade.

3. Existe uma maneira de acabar com o sofrimento
É aqui que começamos a entrar no terreno arenoso na qual a fé se prolifera. O sofrimento, posto que é aspecto tão definidor dos seres vivos, deve ser, segundo Buda, totalmente eliminado. Como uma erva daninha, para eliminar a consequência (o sofrimento) destruímos a raiz (a origem do sofrimento: o apego).

Porém, as coisas não são tão simples quanto parecem nas simples frases enigmáticas do Iluminado (que não foram aqui reproduzidas com exatidão). Eliminar o apego para acabar com o sofrimento é como rapar o cabelo para eliminar a calvície. O ser sem apego não seria humano, a desumanidade é algo a ser buscado?

4. A real lição
O exagero não desqualifica a proposição. Há muita sabedoria escondida nas quatro premissas do Buda. O querer fútil só causa dor. Se tudo que tu queres na vida é comprar um carro do ano ou viajar para a China, então o cumprimento desses sonhos só vai trazer uma felicidade momentânea. Em poucos segundos já te encontrarás querendo outras coisas.

A dita iluminação, que eu chamaria controle sobre o querer, é realmente um valor a ser buscado. Impossível, porém, de ser alcançado com plenitude. Querer é um dos aspectos que nos torna humanos. No entanto, quanto mais controle sobre o querer, mais próximos estaremos da felicidade.

Felicidade que para mim existe. Felicidade é amor, amor que não quer retorno. É sabedoria, sabedoria que quer ser compartilhada. É compaixão, gerada pela pura simpatia.

links interessantes:
 [observação: o motivo principal da minha negação da doutrina budista é a sua natureza não individualista. Para Buda o indivíduo não existe, somos apenas resultado da condicionalidade. O conceito de indivíduo, segundo a doutrina, é vazio de significado. Mas isso é assunto para todo um outro artigo]

16 de setembro de 2011

O que não pode ser dito

Le cinéma, comme la peinture, montre l'invisible.
[O cinema, como a pintura, mostra o invisível]

Jean-Luc Godard
1. Comunicação
Nos comunicamos para transmitir ideias. Quando usamos a linguagem para a comunicação, organizamos conceitos em uma certa estrutura, que, acreditamos, vai transmitir essas ideias com o mínimo de ruído. Generalizamos sentimentos em conceitos que devem ser entendidos por ambas as partes. Quando falamos -- ou escrevemos --, temos que fazer um esforço mental para organizar nossas ideias, para transformar nossos fluxos de consciência em frases e parágrafos. Toda essa lapidação intelectual acaba por "deformar" as ideias originais.

Na comunicação, as palavras descrevem apenas generalizações e conceitos que já existem. Certas palavras descrevem emoções, ódio, amor, desprezo. Porém, tais palavras transmitem apenas tangencialmente tais emoções, representando generalizações e apagando nuances. O ódio do menino que foi castigado pelos pais, o ódio da vítima de estupro, o ódio do marido traído; existe todo um gradiente de "ódios" que podem ser sentidos.

Tentamos da melhor forma possível traduzir os sentimentos, combinando conceitos. É impossível, porém, transmitir com cem por cento de acuidade um certo estado mental. "Ninguém me entende" diz o adolescente revoltado; de fato.

2. O que não pode ser dito
As palavras, porém, não são a única maneira de transmitir ideias; gestos, ruídos, imagens podem ser usados para transmiti-las. Porém, quanto mais nos afastamos das palavras, quanto mais abstrato é o meio de comunicação, menos acuidade temos na transmissão.

O papel da arte é comunicar aquilo que não pode ser dito, o invisível. Nem tudo é arte, a diferença entre uma obra de arte e algo mundano é o quanto do "invisível" ele mostra.

3. Criação da arte
Para entender o que é arte é preciso entender o processo de criação de arte. Quando queremos dizer algo, não temos todas as frases que vamos dizer prontas na cabeça. Temos apenas uma ideia abstrata do que queremos dizer e conforme falamos organizamos e ligamos conceitos. Da mesma forma, a arte é uma modo de comunicação. Ao começar a criar, o artista não sabe exatamente o resultado final. Não sabe que cor vai ter cada centímetro de sua obra. Ele apenas cria e tenta passar aquilo da melhor forma possível para sua obra.

Arte é expressão, não o expressado. A arte não está na obra, tão pouco no artista. A arte está no meio. A arte é um processo, uma tentativa.

10 de setembro de 2011

Bundãozinho


Esse artigo é dedicado aos homens, mas é informativo às mulheres também

A bundãozice não é natural. Um bundão não nasceu bundão. Ele assim se tornou. O processo de bundalização é lento, porém natural. Sempre imperceptível e mortal. A bundãozice pode levar a morte ou pior: ao casamento.

O bundão não se vê bundão. Sua bundãozice é marginal a sua percepção de personalidade. Assim como todo cínico já foi um idealista, todo bundão já foi um cara decidido. São muitos os fatores que bundalizam o homem. Um mãe controladora, uma mulher com personalidade forte, um patrão chato. O espírito decidido é destruído a miúde, sem se ver. Cada "sim querida, não faço mais", cada resignação muda, cada desejo não justificado atendido é uma punhalada nas costas da liberdade do seu espírito.

O que é um bundão?
Bundão é homem resignado, cheio de medo, se é que podemos chamá-lo homem.. Tem medo de seus próprios desejos. Apagado, não tem consciência de si mesmo. Tem o espírito morto-vivo, que vive no limbo da escravidão.


Como não ser um bundão?
Apesar das mulheres estarem sempre, inconscientemente, tentando transformar os homens em bundões, elas não querem um bundão, elas querem um homem. Sê homem, não há nada de errado com isso. Nossa sociedade criminaliza os valores masculinos: a competitividade, a violência, a assertividade. Não há nada de errado com o comportamento do homem. Características masculinas (assim como femininas) são essenciais ao desenvolvimento da sociedade humana. Não aceite ameaças, nem comportamento passivo agressivo e principalmente não ajas de maneira passivo agressiva. Não aceitas pedidos não razoáveis, nada que tu não farias. Não te sintas culpado, homens e mulheres possuem papéis diferentes na sociedade; e viu Deus que isso era bom.

3 de setembro de 2011

Sobre portas de garagem arruinadas


1.  Piche
Alguns indivíduos, seus amigos, estavam "progredindo" na vida. Arrumando emprego, se casando. Ele ainda escutava Legião Urbana (escondido). Seus amigos odiavam os pichadores, que arruinaram a porta de suas garagens. Ele via a pichação como expressão de individualidade, representação da luta de classes e da voz que não é ouvida pela mídia de massa. Eles reclamavam do atendimento no KFC, ele reciclava caixas de cereal e anotava seus sonhos num "caderno de sonhos".

Ele tomou um tiro de uma bala perdida. Não teve filhos.

2. Ilusão
A sociedade sempre foi a ferramenta humana de ocultação da realidade. Quanto mais complexa a malha social, mais distantes estamos da natureza das coisas. O muro todo branco, a possível promoção no emprego, as plaquinhas na frente das árvores dizendo seus nomes científicos; essas coisas são um grande muro que bloqueia nossa visão.

Existem coisas, porém, que causam pequenas rachaduras nesse muro, coisas e eventos que nos fazem lembrar da nossa existência e insignificância. O sistema digestório e excretório humano, pichações nos muros, depravação. Existe um certo esforço natural da sociedade por sua eliminação ou atenuação. Moralidade, banheiros públicos, espiritismo, casamento.

Podemos passar a vida toda nos iludindo, mas basta que uma ilusão se quebre para que todas as outras comecem a desabar, como um castelo de cartas.

3. Ciclo
Quando me apaixonei, não deixei que percebesse.
Discretamente senti seu perfume, olhando-a de soslaio. Sonhei com e acordei pensando nas coisas que me dissera.
Cumprimentei normalmente, com o mesmo sorriso, porém outro olhar.

Quando passou, não deixei que percebesse.
Discretamente ignorava suas palavras, olhando uma mancha na parede. Não sonhei mais.
Beijei normalmente, com o mesmo sorriso, mas nunca mais com o mesmo olhar.

4. Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta
eu acho uma falta de educação na sociedade em pleno seculo xxi existem pixadores ridiculos que saem pixando qualquer coisa e ñ ligam se for uma casa um predio muro qualquer coisa
eu acho isso uma verdadeira calamidade publica a cida fica orrivel a onde eu vo tem que per um maldito pinxe que deixa a cidade orrivel
e o que o governo faz absolitamente nada o governo devreria se preuculpa com a segurança saude e educação que é mais importante para nós brasileiros que precisanmos bastante

fabio, yahoo respostas

links interessantes:

1 de setembro de 2011

Acúmulo de capital


No vídeo acima Steve Jobs, ex-CEO da apple, fala sobre sua estratégia para tomar decisões. Todo dia ao levantar-se, afirma, Jobs olha no espelho e se pergunta: "Se hoje fosse o último dia de minha vida, eu faria o que eu estou planejando fazer hoje?".
  1. Sobre os bens materiais
    A regra de Jobs me levou a refletir não sobre o que fazemos com nossas vidas, mas sobre posses. Há cerca de dois anos eu descobri que viria para Europa. Ganhei uma bolsa de estudos do governo brasileiro. Viajaria em seis meses para o velho continente podendo levar apenas duas malas e uma mochila.

    Instantaneamente, bens materiais passaram a ter outro significado em minha vida. Cada vez que pensava em comprar algo -- mesmo que fosse uma lapiseira -- eu refletia sobre o valor daquele objeto para mim e se eu iria levá-lo comigo para a Europa. Comprava menos e mais racionalmente.

    Igualmente aqui na França, continuo pensando da mesma forma. Porém, todos nós temos nossos momentos impulsivos. Por isso te aconselho, querida leitora, de utilizar uma pequena modificação da pergunta de Jobs na hora de decidir a essencialidade de algo que pensas comprar: "Se eu fosse fazer uma longa viagem amanhã com só uma mala, eu levaria isso que eu estou prestes a comprar?".

    Mesmo se não planejas viajar em um futuro próximo, essa é uma ótima regra da mão direita para decidir o que adicionará valor em tua vida. A vida, podemos dizer, é uma viagem. Estamos aqui, como lembrou Jobs, de maneira temporária. Nós nos apegamos aos bens materiais porque esses nos dão a ilusão de imortalidade, de segurança. Esquece essa ideia de segurança, vive como se a terra fosse explodir amanhã e tu fosses ser enviado em uma pequena nave para um planeta distante.

  2. Objetos e lembranças
    Seguido sempre de um momento feliz em minha vida, vem o medo de esquecê-lo. Quero que aquela felicidade que passou fique guardada dentro de mim e que possa acessá-la sempre que quiser; que aquele sentimento nunca se apague. Por esse motivo, e talvez por alguma predisposição genética, sempre tive a mania de guardar coisas, de guardar mementos na esperança de nunca esquecer de certos momentos.

    A memória, em especial a minha, não é, porém, misericordiosa. Com seu terrível bisturi ela destrói velhas memórias para dar lugar a novas. Momentos maravilhosos que pensávamos que nunca esqueceríamos, desaparecem como a memória de ter fechado a porta a chave hoje de manhã.

    Temos que aceitar a transitoriedade da vida. Momentos bons passam e se apagam, mas dão lugar a outros ainda melhores (ou não).
     
  3. Transtorno Obsessivo-Compulsivo
    Guardar coisas pode ser uma doença. TOC é um transtorno de ansiedade. Dentre as possíveis obsessões a de "armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar" figura como uma das mais comuns. Cuidado. Se na tua casa tem menos espaço para andar do que coisas, ou se tua casa cheira a mofo, então tu podes ter um problema psicológico. Procura um profissional.

  4.  Desprendimento
    A vida é mais curta do que imaginamos. Todos os bens materiais um dia desaparecem (talvez o plástico não...). Assim como nossos corpos vão desaparecer. Guardar velhas cartas, milhões de fotos em um HD, bilhetes de cinema, etc, posto que essencial a curto prazo, as vezes nos impede de avançar em direção a novas experiências. O desprendimento, portanto, é um dos caminhos para a felicidade.
links interessantes:

20 de junho de 2011

Texto inconsistente, mas completo.

Todos são inconsistentes. Seria quase impossível para uma mente humana não ter nenhuma inconsistência em seu raciocínio. Independente de como o sistema nervoso funciona, poderíamos dizer que guardamos dezenas de milhares de asserções em nossas cabeças. Checar cada uma delas par a par seria uma tarefa computacional intratável, ainda mais porque muitas vezes não possuímos as ferramentas intelectuais para verificar que duas proposições são contraditórias.

Um exemplo de duas proposições contraditórias que muitas pessoas mantêm (uma boa parte religiosa) é se opor fortemente ao aborto, mas apoiar a pena de morte. O problema não é intrínseco ao fato de ambas tratarem do ato do assassinato cometido por um terceiro. Mas sim dos argumentos levantados por seus defensores. Dois dos argumentos mais comuns contra o aborto são a santidade da vida e a potencialidade de cada indivíduo (geralmente há um apelo emocional envolvido, "imagine se tu abortasses Beethoven ou Einstein"). De outra parte temos a vida do culpado. Não era toda vida sagrada? o culpado não poderia se tornar um grande artista ou cientista em alguns anos?

De fato, checar nossas crenças par a par não seria o suficiente, algumas vezes teríamos que comparar diversas suposições para finalmente chegar em uma inconsistência. Como um parêntese, esse tipo de raciocínio não só levaria anos para ser feito, como não poderia ser automatizado. Portanto, mesmo que conseguíssemos colocar todo o conhecimento do homem em uma máquina, não poderíamos criar um processo que checaria a consistência de toda essa informação.

Em discussões, uma das armas preferidas para acabar com o oponente é apontar suas inconsistências. Todo o assunto polêmico tem esta propriedade: tomar qualquer posições te dá a obrigação de tomar diversas outras, algumas vezes pouco relacionadas, para evitar incoerências.

Outro artifício de argumentação é forçar incoerências. Por exemplo, relacionar homossexuais a negros, e usar o apoio aos direitos de um grupo como um impedimento à aposição do outro. Quando enfrentamos tais contradições, não é raro tentarmos minimizá-las utilizado generalizações. O problema dessa abordagem é que toda generalização destrói o contexto. No exemplo supracitado, dada generalização, poderíamos concluir que matar um ser humano é sempre errado. Nesse caso perdemos todo um gradiente de casos em que a morte de um ser humano poderia ser necessária, como em um caso de defesa pessoal. Ou um caso de um feto que traria riscos de vida à mãe caso a gravidez continuasse. Temos, no último caso, duas vidas em jogo. Porém o valor dessas vidas não é igual. A mãe com suas diversas experiências e memórias, valor para sociedade, valor para seus amigos e familiares, seria talvez sacrificada devido à santidade de um feto que nem sabemos ao certo se conseguirá sobreviver ao parto, e que possui pouco valor para qualquer um que não seus pais.

Dessa forma, temos somente uma opção: assumir que nossas bases ideológicas são incoerentes por natureza e que somente compreendendo a natureza dessas incoerências de uma maneira honesta poderemos chegar a uma posição mais livre de contradições.

Esse artigo tem uma contradição; tu consegues identificá-la?

links interessantes:

29 de abril de 2011

Jogue fora seus objetivos

Muita gente odeia autoajuda. Eu não. 

Porém, é preciso desenhar uma linha aqui. Com o passar dos anos, devido ao sucesso de livros de autoajuda, muita porcaria foi englobada ao gênero. Misticismo, magia, pseudociência, etc. A causa disso é que autoajuda tem em geral um tom altamente assertivo. Pessoas em geral aceitam -- e inclusive buscam -- esse tipo de tom, mas exigem argumentos, alguma base. Desse vácuo entre intuição/experiência e conhecimento é que tais pseudoargumentos fazem sua morada.

A ciência constantemente é usada como fonte de conhecimento. Mas como a maioria da população é iliterata, fazem mais sucesso obras que se baseiam em mágica ou crenças populares. Por ser tão assertiva, deixa relativistas (que compõe grande parte dos nossos  formadores de opinião) com um pé atrás. Ninguém mais pode ser assertivo atualmente, vivemos no mundo da incerteza. Mas claro, todo bom relativista moderno tem que aceitar qualquer coisa mística. A ciência sofre as críticas mais duras possíveis, mas quando a obra agrega "anjos" ou "energias" dentre as ferramentas de argumentação, os multiculturalistas atestam que temos que aceitar essas formas diferentes de pensar; passando a mãe na cabeça de charlatões.

Autoajuda sofre tanta descriminação porque traz consigo uma grande quantidade de porcaria. Quando se entra  nesse mundo é preciso ter discernimento para separar o joio do trigo. Existe muita coisa boa por aí (tanto baseada em estudos científicos, como em experimentação pessoal). Mas também muita coisa ruim (como já dito, misticismo). As vezes pepitas de sabedoria dentro dos lixos da literatura

Separar é importante, mas ainda mais é saber o limite; até onde aplicar esse conhecimento. A concentração faz o veneno, ou seja, se tu aceitares tudo que lês, com certeza vais ter problemas em tua vida. Esse tipo de literatura eleva demais as nossas expectativas. É muito fácil ler uma obra cheia de frases de efeito e sair achando que pode-se conquistar o mundo; só para dar de cara em uma parede dez metros à frente.

Tendo tudo isso em mente, é possível aproveitar muito desse conhecimento para desenvolvimento pessoal. Uma ótima fonte de conhecimento é a Internet, eu adoro ler blogs como o do Steve Pavlina, do Khatzumoto, entre outros. O que mais me atrai em autoajuda é a quebra de mitos ridículos que permeiam nossa sociedade. Como por exemplo o mito do talento (que é tema para outro artigo). Ainda, esse tipo de texto nos dá motivação, que, as vezes, é só o que precisamos para agir. Esses blogs, porém, mergulham demais em detalhes, tornando difícil a obtenção de uma visão geral sobre o assunto. Todos esses detalhes podem se resumir a uma coisa:

A vida não é sobre fins e sim sobre o percurso 
A vida não tem sentido. Não existe um grande baú de ouro no fim do arco-íris. A vida não tem objetivo porque a vida não é sobre o lugar que vamos, é sobre o percurso que tomamos. Bill Hicks disse como nós temos a incrível habilidade de que o que fazemos importa no fim, que estamos rumando para algum lugar, mas que no fim, a vida é só um percurso e que como tal, o que devemos fazer é aproveitá-la.

Se a vida é só um percurso, faz sentido ter ambições e sonhos? sim. Sonhos nos fazem querer levantar da cama de manhã. Mas não pendure-os na parede. Não saias dizendo a todos os teus amigos a toda hora.

Esqueça objetivos, pense nos meios
Planejar o futuro, criar múltiplos planos e viagens imaginárias, possíveis obras. Tudo isso é muito divertido e todo mundo o faz. O problema é que planejar não nos deixa nem um pouco mais perto de alcançar o objetivo. Planejar demais só nos deixa frustrados.

Vamos tomar perder peso como exemplo. Ficar sonhando como vai ser lindo caber em tal vestido não vai te fazer perder nem doze gramas. A opção é agir, mas mudanças de hábitos são peníveis a fazer. Disciplina é uma coisa que, cada vez mais, não vem do berço.

E que tal se em vez de mudar os hábitos repentinamente, mudar seus gostos. Gostar de comer de forma saudável ao invés de sofrer a cada refeição e dar escapadas nos fins de semana. Gostar de fazer exercícios, ter prazer do início ao fim com a sua prática. Seleciona habilidades importantes para alcançar o objetivo visado e gosta tanto de botá-las em prática que fica difícil não o fazer.

Só faze o que gostas
Parece contraintuitivo. Mas não é. Fazer coisas que tu não gostas só vai te fazer mal. Só vai te fazer desistir dos teus sonhos. É importante sempre se divertir com o que estás fazendo. Por exemplo, se queres aprender inglês. Compra ou baixa livros que te interessam em inglês. Mesmo se forem avançados. No início será um pouco difícil. Mas eu garanto que se o assunto te interessa, as palavras vão fixar muito mais em tua mente. É um fato sobre nosso cérebro, só aprendemos coisas que nos importam.

Eu sei que é muito mais fácil dito que feito. Mas vou re-enfatizar que mudar um hábito é a coisa mais difícil que existe. Para fazê-lo, começa pensando pequeno. Faze uma mudança na sua rotina por quinzena ou por mês. Começa um blog ou compra um diário onde tu podes registrar teu progresso.

Registre o progresso
Quando em busca de um objetivo, é muito fácil esquecer o quanto nós avançamos. A maioria dos objetivos não são dicotômicos. No aprendizado de uma língua por exemplo, não há um momento x onde se passa de uma pessoa que não fala nada para um falante fluente, há todo um contínuo.

Tu que lês hoje um livro de dezenas de páginas com facilidade, um dia sofreu para ler uma história em quadrinhos. É muito fácil esquecer o quanto alcançamos se nos perdermos em pensamentos do que poderíamos ser (se ficarmos presos ao objetivos). Esqueça o quanto falta para alcançar fluência, ou para caber no vestido. Lembre o quantos quilos já perdeste, ou como não sabias nem dizer "bom dia" há alguns meses.

Algo que muitos objetivos têm em comum é que notamos um progresso muito grande no início, mas com o passar do tempo atingimos um plateau, isto é, paramos de notar o progresso, mesmo avançando. Isso é especialmente forte no aprendizado de línguas. Em um ou dois meses de estudo notamos uma grande diferença no conhecimento. Passado um ano, ao começarmos a tentar ler coisas mais avançadas notamos mais e mais buracos em nosso entendimento. Isso leva a uma frustração muito grande. Só podemos ver o quanto falta para saber e não o quanto já avançamos: é por isso que é importante manter um registro de progresso.

Colhendo os frutos
Vai chegar um ponto em que estarás satisfeito com o progresso que fizeste. Agora é importante mostrar-se. Não exibir-se, mas utilizar as habilidades adquiridas constantemente. Aproveitar toda a oportunidade para melhorar ainda mais.O mundo é tua ostra!

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13 de abril de 2011

Sábios discutem ideias, imbecis discutem imbecilidades

Vossa senhoria deve estar se perguntando: não seriam "pessoas" que os imbecis discutem?

Sim. Esta frase está incorreta, mas é para atrair vossa atenção.

E então, você se pergunta: "por que este gajo que escreve quer minha atenção, num mundo onde não há mais atenção ponto de interrogação"


Onde vociferações de cento e quarenta caracteres são a norma, nossa atenção nada vale? ou vale muitíssimo, a ponto de ser sem valor (no sentido de muito valor)?

Pense bem cara amiga: em tempos remotos, como aqueles da idade média, fosse um jovem aristocrata escrever um romance e tivesse esse jovem, ou seu pai, dinheiro suficiente para pagar jovens seminaristas ou diáconos para copiar seu romance milhões de vezes, muitas pessoas o leriam. Ou seja, na antiguidade, qualquer porcaria escrita era assim lida. Isso acontecia devido a uma soma de pobreza de informação e fome por.

Com o passar dos milênios, temos na atual conjectura uma inversão de valores, demonstrada com maestria pelo Twitter. Nele, milhões de formadores --e consumidores-- de opinião se digladiam em pequenos nacos de texto por nossa atenção. Tanta informação, tão pouca atenção. Tanto conhecimento, tão pouco tempo.

Outrora, a fórmula era simples: riqueza significava respeito. E ainda que hoje dinheiro traga fama, com absoluta certeza não faz com que suas opiniões sejam respeitadas.

Por mais de treze meses e dois dias (muito mais -- para falar a verdade) me neguei a consumir o Twitter. "Isso não serve para nada" dizia eu não sabendo quanto valor a rede social nos proporciona. Atualmente, porém, leio-o em diversas situações, durante as quais, de outro modo, não estaria fazendo nada. Assim, me alimento de informação quase que o dia inteiro. Manter ligado o fluxo de informação se tornou quase que uma necessidade básica para mim e milhões de usuários da Internet. Seja informação sobre meus conhecidos, seja informação sobre o mundo. Somos, forçando o termo, viciados em informação. Conheço pessoas que ao ficarem quinze minutos sem Internet, querem pular da janela.

Perdeu-se todo o status quase sagrado dado ao conhecimento na antiguidade. Paradoxalmente, todavia, informação é hoje o bem mais precioso, mais que petróleo, marfim ou trufas. A quantidade de dados circulando todos os dias nas centenas de máquinas que formam a Internet é avassaladora. É quase impossível extrair informações de qualidade desse emaranhado de dígitos e letras.

E essa informação, nos faz mais feliz? ouvimos frequentemente o velho cliché, de que "um povo educado" tomaria "decisões mais acertadas". Isso é, de fato, falso. O raciocínio humano é limitado. Informação demais nos faz tomar decisões piores. Temos que parar de consumir informações como doidos e começar a refletir sobre essa informação. Refletir é viver.

Concluo, não pares de absorver informação. Sê curioso. Mas reserva um tempo para pensar sobre o que ouves. Não aceites tudo mastigado. Pensa. Discorda. Ouça opiniões diferentes da tua. Não filtres nada. Não existe nada melhor no mundo que entendê-lo.

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27 de março de 2011

Sobre este Blog

Este blog será escrito em uma linguagem dependente de contexto. A saber, o português.