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3 de setembro de 2011

Sobre portas de garagem arruinadas


1.  Piche
Alguns indivíduos, seus amigos, estavam "progredindo" na vida. Arrumando emprego, se casando. Ele ainda escutava Legião Urbana (escondido). Seus amigos odiavam os pichadores, que arruinaram a porta de suas garagens. Ele via a pichação como expressão de individualidade, representação da luta de classes e da voz que não é ouvida pela mídia de massa. Eles reclamavam do atendimento no KFC, ele reciclava caixas de cereal e anotava seus sonhos num "caderno de sonhos".

Ele tomou um tiro de uma bala perdida. Não teve filhos.

2. Ilusão
A sociedade sempre foi a ferramenta humana de ocultação da realidade. Quanto mais complexa a malha social, mais distantes estamos da natureza das coisas. O muro todo branco, a possível promoção no emprego, as plaquinhas na frente das árvores dizendo seus nomes científicos; essas coisas são um grande muro que bloqueia nossa visão.

Existem coisas, porém, que causam pequenas rachaduras nesse muro, coisas e eventos que nos fazem lembrar da nossa existência e insignificância. O sistema digestório e excretório humano, pichações nos muros, depravação. Existe um certo esforço natural da sociedade por sua eliminação ou atenuação. Moralidade, banheiros públicos, espiritismo, casamento.

Podemos passar a vida toda nos iludindo, mas basta que uma ilusão se quebre para que todas as outras comecem a desabar, como um castelo de cartas.

3. Ciclo
Quando me apaixonei, não deixei que percebesse.
Discretamente senti seu perfume, olhando-a de soslaio. Sonhei com e acordei pensando nas coisas que me dissera.
Cumprimentei normalmente, com o mesmo sorriso, porém outro olhar.

Quando passou, não deixei que percebesse.
Discretamente ignorava suas palavras, olhando uma mancha na parede. Não sonhei mais.
Beijei normalmente, com o mesmo sorriso, mas nunca mais com o mesmo olhar.

4. Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta
eu acho uma falta de educação na sociedade em pleno seculo xxi existem pixadores ridiculos que saem pixando qualquer coisa e ñ ligam se for uma casa um predio muro qualquer coisa
eu acho isso uma verdadeira calamidade publica a cida fica orrivel a onde eu vo tem que per um maldito pinxe que deixa a cidade orrivel
e o que o governo faz absolitamente nada o governo devreria se preuculpa com a segurança saude e educação que é mais importante para nós brasileiros que precisanmos bastante

fabio, yahoo respostas

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2 comentários:

  1. - Título pedante, hein.
    - Já diziam os chapas batutas do meu tempo, vira o disco, Leo! hahahaha
    - Gostei muito desta postagem. Parece que o senso comum está correto com a tal história do "ócio criativo". Schopenhauer, enquanto torrava o dinheiro da herança de seu pai, esfregava com as unhas a sua bolsa escrotal e refletia, costumava dizer que a humanidade precisava do seu (dele, não da sociedade) ócio, para que ele tivesse tempo livre para filosofar.

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  2. Jogue fora todos os seus conceitos, toda a filosofia, toda essa reflexão, esses bla bla blas e não acredite em nada do que você vê/sente, porque a realidade não existe e TUDO NAO PASSA DE LINGUAGEM! hahahaha :P

    (é brincadeira)

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