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25 de junho de 2012

Excesso de informação


Cansei de escrever rebuscado. Escritor que é escritor escreve simple. Sem "esses" nos finais das palavras, ignora a ortografia, a cria. Reinventa a gramática. Escritor toma banho na sanga. Bebe no gargalo e deita direto na areia. 

Mas eu não sou escritor, minha infância foi feliz. Ainda não contrai a tuberculose. Então por que diabos tenho um blog? por que escrevo se não sou escritor? para descobrir a Verdade? O que é a Verdade? qual a cor da verdade? verde? 

Ninguém lê mais, os livros estão em formato binário. As conversas entre amigos estão codificados em utf8. Arte em jpeg. Na tela do cinema um modelo 3d projetado num frame 2d que simula uma visão 3d.

É tudo uma casca, casca de mentiras (não uma casca de mentira, apesar de que não é uma casca de verdade) que esconde nossos sentimentos. A beleza da flor coberta pela sombra da nuvem negra da ilusão.
 
A modernidade entra nos olhos da menina de oito anos. Que clica, preenche formulários, esquece que é animal, que descende do rato que usa para clicar na imagem morta.

Mas quão diferentes somos do rei coroado? das pirâmides vazias e inacabadas? O mundo do homem é símbolo e sempre foi. Nada mudou, os saudosistas se enganam tudo é código, até a violência, a dor, é símbolo. O retorno à natureza é impossível por que lá nunca estivemos. 

É por isso que escrevo, porque violência é símbolo.